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Natália Dornellas é jornalista, podcaster e ativista da longevidade. Procura por avós e avôs para prosear e histórias de #avosidade para contar. É criadora do podcast Conversa de Vó e cofundadora da plataforma 40+ AsPerennials
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Gays e velhos, com orgulho!

Quarteto norte-americano faz sucesso nas redes assumindo sua homossexualidade

Por Natalia Dornellas
9 jul 2022, 12h44
quarteto OldGays
O quarteto OldGays compartilha a alegria e liberdade nas redes.  (OldGays/Divulgação)
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Para quem se questiona onde estão nossos LGBTQUIA+ na velhice, o quarteto OldGays é uma resposta divertida e estimulante, uma esperança até. Bill Lyons, 78, Mick Peterson, 66, Jessay Martin, 69, e Robert Reeves, 79, resolveram passar sua velhice juntos e compartilhar sua alegria e liberdade pelas redes, o que os transformou num fenômeno de público e crítica.

Reeves e Lyons se conheceram em São Francisco, na década de 1980, e, em 2013, Peterson respondeu ao anúncio do Craigslist (espécie de classificados virtual) de Reeves para um quarto numa casa que aceita gays e nudistas. No ano seguinte, Martin se mudou para o outro lado da rua. Eles já tinham quase meio século de amizade entre si quando a grande virada aconteceu, em 2020 (sim, eles também se notabilizaram durante a pandemia).

The OldGays
Amigos se tornaram um fenômeno nas redes sociais. (The OldGays/Divulgação)

Antes de se tornarem superstars improváveis da mídia social, esses senhores, que não se importam em dançar de sunga e salto alto, estavam levando suas vidas e enfrentando questões complexas. “Eu me mudei para o deserto pensando que estaria morto em alguns anos. Porque em San Francisco, no fim dos anos 1980, descobri que era HIV positivo. E todo o meu círculo de amigos estava morto. … Mas quando  vim para cá, o deserto meio que me revigorou e comecei a fazer minha arte. E eu não morri”, disse Robert em entrevista ao Los Angeles Times.

The OldGays
Juntos, eles trazem uma nova perspectiva do que significa viver significativamente com a idade.  (The OldGays/Divulgação)
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Para Bill as coisas também não estavam fáceis. “Eu não achava que viveria até os 40”, lembra ele que perdeu tudo, inclusive sua casa, com a crise financeira de 2008, e se mudou para um alojamento para idosos a poucos quarteirões da casa de Robert.

The OldGays
Nome começou com uma piada interna, mas acabou virando hit.  (The OldGays/Divulgação)

O nome The Old Gays começou como uma piada interna, até que Ryan James Yezak, gerente de mídia social do grupo, ajudou a transformar a marca num fenômeno. Eles começaram com vídeos longos do YouTube (hospedados no canal do Grindr), mas aí vieram o Tik Tok, o Instagram (@theoldgays) e os números seguem crescendo, apesar do preconceito.

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Entre as imagens humoradas e as dancinhas, há espaço também para assuntos sérios, como a soropositividade.  (The OldGays/Divulgação)

Para quem vê os vídeos viralizáveis talvez não imagine, mas o buraco aqui é bem mais embaixo e vai muito além das dancinhas e do look montação. Mick e Robert, por exemplo, escancaram tabus e falam abertamente sobre seus respectivos diagnósticos, pois são soropositivos.

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Grandfluencers (nome que os americanos dão aos influenciadores maduros) de respeito, os Old Gays são prova de que gravar vídeos virais não é predicado da tenra idade, e trazem uma nova perspectiva do que significa viver significativamente com a idade.

 

 

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