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A parte que me cabe

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Idealizadora do @namastreta, a jornalista Caroline Apple trilha o caminho da autorresponsabilidade nos relacionamentos
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O que te conecta com seu ex e você nem imagina

Caroline Apple reflete sobre os resquícios de conexão após o término de um relacionamento

Por Caroline Apple
19 set 2022, 18h43
Amor
Gostando ou não, a verdade é que relacionamentos não terminam como mágica.  (||Foto: Tatiana Maksimova/Getty Images)
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Tem gente que acha que só porque cada um foi pro seu canto, o relacionamento acabou. Porém, conexões não se desfazem num passe de mágica. Principalmente se insistimos em ignorar que não é só o amor que conecta pessoas. Todo sentimento é uma forma de conexão, inclusive a raiva e o ódio.

É quando tocamos nossa vida sem nos darmos conta de que seguimos ligados a quem nos separamos fisicamente. E, a real, é que não dá para dizer onde isso pode impactar a nossa jornada, mas achar que não pode influenciar em algo, beira a ingenuidade.

Isso porque os sentimentos são grandes forças motrizes, sejam eles vividos de forma consciente ou não. Muitas vezes, tomamos decisões com base em sentimentos escondidos atrás da máscara das situações aparentemente resolvidas, mas que ainda retumbam em nosso peito, mas que não sentimos devido ao amortecimento que promovemos para não encarar a dor que pode surgir a partir do reconhecimento de que ainda está conectado com alguém que, muitas vezes, você nem quer de volta na sua vida. E essa culpa se agrava se a relação foi traumática.

Porém, não tem como correr de si mesmo. Aonde a gente vai, a gente se leva junto. E lá está presente todo nosso ser, passado, presente e futuro, num único lugar. E é a partir dessa reunião de todas as possibilidades que nos manifestamos. Somos a construção de tudo que nos aconteceu, mas isso não significa manter elos com quem já não queremos mais por perto.

Mas, e aí, o que fazer? Primeiro, reconhecer que ainda está conectado com a pessoa. Por incrível que pareça, essa pode ser a parte mais difícil. Dá raiva da raiva! E também não convém começar a encenar, olhando e dizendo que sente gratidão por tudo que passou, quando, na verdade, você quer “bater” na pessoa. Ser verdadeiro com os próprios sentimentos não é fácil. Se fosse, o mundo seria outro.

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Olha, e nada de ir atrás da pessoa para resolver questões particulares suas. Ela também pode estar vivendo um processo, com feridas abertas, que cabe a nós respeitar. Mas, se mesmo assim você decidir ir, desejo que ela seja verdadeira com você, seja te acolhendo, colocando limites ou batendo a porta na sua cara. Se for de verdade, é legítimo!

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