Nem tudo é negociável numa relação
Não contenha suas necessidades ainda irrevogáveis por medo de não ser aceito
A palavra “concessão” é bem comum na vida de quem tem um relacionamento. Mas será que tudo é negociável para o “bem da relação”. Será que esse tal bem não está justamente em assumir que há coisas inegociáveis em nossas vidas?
O limite é a gente que diz, mas percebo que perdemos a mão diante do que nos foi ensinado sobre o que é se relacionar. Tem hora que soa até como sacrifício. Aprendi que é um direito meu não querer abrir mão de certas coisas, por mais maravilhosa que seja minha relação. Não deveria ser um pedido de respeito pela nossa individualidade o responsável por desestabilizar um relacionamento.
Porém, é preciso fazer uma reflexão honesta sobre nossas necessidades, que podem soar bobas para a outra parte, mas que ditas com verdade e amor ganham novos contornos e também dão a chance de cada um tomar decisões com base no que é verdadeiro.
Não adianta meter o adulto ‘madurão’, se dentro de você existe alguém ainda que ainda quer fazer coisas que destoam desse personagem que por algum motivo você insiste em viver. Tem gente que tem vergonha de dizer o que ainda sente vontade de fazer na vida e, por isso, sofre com pílulas de frustração. Além disso, tudo fica confuso. Prato cheio para o conflito sem causa aparente. É quando a gente sente na pele a força do que está no oculto.
O que é importante para gente precisa ser dito. E se a outra pessoa não concordar, é um direito dela. Mas não contenha suas necessidades ainda irrevogáveis por medo de não ser aceito, por receio da pessoa ir embora. Um relacionamento construído sobre a mentira também vai acabar em algum momento. Então, se for para terminar, que seja porque a verdade foi dita. Vai ser libertador. Eu te garanto.
E então? O que é inegociável para você, mas que você continua abrindo mão? Sua individualidade precisa de atenção. E cabe a quem está com você respeitar ou ir embora.