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A parte que me cabe

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Idealizadora do @namastreta, a jornalista Caroline Apple trilha o caminho da autorresponsabilidade nos relacionamentos

Chega de gastar energia com quem não nos quer

Em 2024, desejo desejar menos e ter toda essa força para mim mesma

Por Carol Apple
16 jan 2024, 10h53
desejo
Não dá para negar que a vontade pode ser fonte de muito sofrimento  (Skyler King/Unsplash)
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Somos seres desejantes, mas não dá para negar que a vontade pode ser fonte de muito sofrimento — principalmente quando essa bruta flor do querer está direcionada a uma pessoa específica. Desconheço maior ralo energético do que querer quem não nos quer.

Nosso campo de atenção fica conectado por meio de um fio invisível que nos drena e limita a visão. Passamos a não enxergar novas possibilidades, pessoas e oportunidades de relações.

Assim, esse querer se torna o grande motor da vida e passa a estar presente, de alguma forma, em todos as ações. Por fim, torna-se uma prisão. Por isso, desejo para 2024 um ano com menos desejos.

Esses grilhões que a atração coloca na gente são comuns na vida das mulheres. Há anos vejo isso acontecendo à minha volta, mas, no ano passado, tive uma clareza imensa sobre os danos que podem causar.

Passei meses desejando retomar um relacionamento que, no começo, eu nem queria — e que minha intuição havia deixado claro que não era certo para mim. Mesmo assim, transferi toda minha validação a uma pessoa que escolheu seguir sem mim, depois de tantas promessas e planos.

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Precisei lidar com emoções controversas durante muito tempo. A parte desejante foi, sem dúvida, a mais difícil de superar, porque ela parecia não se importar com absolutamente nada, nem com o descuido, a irresponsabilidade emocional e a própria realidade.

Meu querer me levou a lugares escuros e de muita ilusão. Investi em um grande vazio pelo simples fato de desejar o que a vida já tinha retirado de mim. O resultado foi dor e sofrimento.

Com o fim do desejo, tudo passou a fazer sentido. Recuperei meu eixo, minha força e, principalmente, minha liberdade de ir, vir e sentir. Minha energia já não tinha mais endereço certo.

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Percebi que a sensação de se ter inteira para si é indescritível. A vida passa a ser uma celebração do que se possui, uma verdadeira festa ao lado das pessoas que escolhem estar ao nosso lado. Assim, o desejo deu lugar a uma gratidão por tudo que se tem, da forma que se tem. 

Por isso, neste 2024, meu único desejo é não desejar demais. É usar esse querer como uma ferramenta de impulso para ter qualidade no caminhar, evitando que os rumos sejam enrijecidos por vontades descompensadas e mal endereçadas.

Discordo de Lacan, não acredito que sejamos “seres desejantes destinados à incompletude e é isso que nos faz caminhar”. Não é somente a falta que nos move, o contentamento e a completude não nos estagnam.

Essa sensação de estar inteira torna a vida uma celebração. Não quero mais ser consumida pelos desejos e fazer da falta um combustível que, por fim, só incinera a mim mesma. Quero celebrar os encontros, durem o quanto durarem. 

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