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Ana Claudia Paixão

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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood

A Noviça Rebelde: veja como estão os Von Trapp 60 anos depois

Do “Do-Re-Mi” à vida real: o que aconteceu com as crianças que encantaram gerações

Por Ana Claudia Paixão
Atualizado em 14 out 2025, 14h04 - Publicado em 12 out 2025, 17h00
A Noviça Rebelde, o filme
A Noviça Rebelde acompanha a história de uma noviça que, ao não conseguir se adaptar às regras religiosas de um convento, vai trabalhar como governanta de um capitão viúvo e seus sete filhos (Adoro Cinema/Reprodução)
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Se um dia você estiver viajando e vir alguém correndo e girando de braços abertos em um campo, de preferência no topo de uma montanha, pode ter certeza de que essa pessoa está recriando a icônica cena de abertura de A Noviça Rebelde (The Sound of Music). Considerada uma das mais lendárias da sétima arte, a sequência foi cuidadosamente cronometrada e representou uma inovação técnica para a época. Em 2025, esse clássico que atravessa gerações completa 60 anos.

O musical, inspirado em uma história real e sucesso na Broadway antes de chegar aos cinemas, une canções inesquecíveis, romance e a beleza dos Alpes austríacos. É um dos maiores clássicos da história do cinema mundial e continua a encantar gerações, sendo motivo de celebração, estudo e, claro, nostalgia.

A obra dirigida por Robert Wise, com uma impressionante performance de Julie Andrews no papel de Maria von Trapp, é mais do que um filme — é um fenômeno cultural.

Baseado no livro de memórias de Maria von Trapp, a história de uma jovem noviça que traz luz e alegria à rígida família Trapp, ao mesmo tempo em que lida com o nazismo crescente na Áustria, possui uma trama repleta de música e emoção. Suas canções — Do-Re-Mi, My Favorite Things, Climb Ev’ry Mountain — ficaram eternizadas e se tornaram parte do imaginário coletivo.

Mas, como toda grande produção, A Noviça Rebelde também esconde bastidores fascinantes que revelam a complexidade e as histórias por trás da magia na tela.

O início: a escolha do elenco

A Noviça Rebelde, 1965.
Julie Andrews e Christopher Plummer no filme A Noviça Rebelde, 1965 (Adoro Cinema/Reprodução)

Parece óbvio que a estrela dos musicais londrinos e, na época, já vencedora do Oscar, Julie Andrews, fosse Maria. Mas ela não via com bons olhos essa oportunidade justamente por considerar Maria — uma noviça e babá de órfãos — extremamente parecida com o papel que a fez uma estrela no cinema, Mary Poppins. Mas, no final das contas, A Noviça Rebelde foi uma experiência transformadora: Julie consolidou-se como uma das maiores estrelas de Hollywood.

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Outro acerto foi a escolha de Christopher Plummer como o Capitão Von Trapp — embora, por muitos anos, fosse conhecido o fato de que ele, um ator de formação clássica, não gostava de musicais. Plummer aceitou o papel para se preparar para Cyrano de Bergerac, que estrelaria na Broadway logo depois. Anos mais tarde, reconheceu que participar desse clássico fez toda a diferença em sua carreira, admitindo arrependimento pelo mau humor nas filmagens.

Os bastidores e a produção

A Noviça Rebelde, o filme
A Noviça Rebelde acompanha a história de uma noviça que, ao não conseguir se adaptar às regras religiosas de um convento, vai trabalhar como governanta de um capitão viúvo e seus sete filhos (Adoro Cinema/Reprodução)

Os bastidores do filme foram marcados por desafios. A direção de Robert Wise, que já era aclamado por West Side Story, trouxe um equilíbrio raro entre comédia, drama e grandeza visual. Embora o filme tenha sido rodado parcialmente na Áustria, muitas cenas foram recriadas em estúdio — um trabalho meticuloso para preservar a sensação dos Alpes.

As canções exigiram uma preparação vocal intensa para todo o elenco, especialmente Julie Andrews. O icônico cenário da casa dos Trapp, que muitos acreditam ser real, foi uma construção de estúdio. As cenas externas, por sua vez, foram filmadas em Salzburg e arredores — com a “dança no campo” se tornando uma das imagens mais emblemáticas da história do cinema.

O legado: música e impacto cultural

Julie Andrews jovem
Julie Andrews interpreta Maria von Trapp em A Noviça Rebelde, 1965 (Adoro Cinema/Reprodução)
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A Noviça Rebelde não só marcou uma geração, como também criou um legado duradouro. O filme conquistou cinco Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção, e continua sendo um dos mais amados e revisitados da história. Suas canções permanecem atemporais, ecoando em novas versões, homenagens e montagens teatrais.

Mais de seis décadas depois, o filme segue vivo nas maratonas televisivas, nos coros escolares e nas memórias afetivas de milhões de espectadores. É lembrado não apenas por seu valor artístico, mas pela forma como aborda temas universais: família, superação e coragem diante de regimes autoritários.

Do palco às telas: o caminho da Broadway à Hollywood

Tudo começou em 1959, quando a peça da Broadway estreou com música de Richard Rodgers e letras de Oscar Hammerstein II, a dupla lendária de O Rei e Eu. Inspirada no livro The Story of the Trapp Family Singers, a produção original, estrelada por Mary Martin, conquistou o público com mais de 1.400 apresentações.

O sucesso despertou o interesse de Hollywood, e o produtor Saul Chaplin decidiu adaptar o espetáculo para o cinema. A visão de Robert Wise ampliou o escopo, transformando uma história íntima em uma epopeia emocional e visual — e o resto é história.

60 anos depois: onde estão os Von Trapp?

A Noviça Rebelde acompanha a história de uma noviça que, ao não conseguir se adaptar às regras religiosas, de um convento, vai trabalhar como governanta de um capitão viúvo e seus sete filhos.
A Noviça Rebelde ganhou cinco Oscars em 1966, incluindo o de Melhor Filme. (Adoro Cinema/Reprodução)
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Sessenta anos se passaram desde que vimos Maria e o Capitão Von Trapp cantando pelos Alpes, e o encanto continua vivo — não apenas nas canções, mas também nas histórias reais dos atores que interpretaram as sete crianças da família. O elenco infantil formou um dos grupos mais queridos do cinema, e suas trajetórias seguiram caminhos muito diferentes, mas sempre com o filme como elo de união.

Antes e depois do elenco infantil de ‘A Noviça Rebelde’

Charmian Carr (Liesl)

Charmian Carr, intérprete de Liesl, antes e depois.
Charmian Carr, intérprete de Liesl, antes e depois. (Reprodução/Reprodução)

A eterna Liesl, que cantou “I am sixteen, going on seventeen”, deixou a atuação nos anos 1970 e se tornou designer de interiores. Mesmo longe das telas, manteve laços afetivos com o elenco e os fãs. Faleceu em 2016, aos 73 anos, lembrada com carinho como o primeiro amor cinematográfico de toda uma geração.

Nicholas Hammond (Friedrich)

Nicholas Hammond em A Noviça Rebelde (1965); Nicholas Hammond na noite de estreia do musical Chicago no Capitol Theatre, em 13 de junho de 2024, em Sydney, Austrália.
Nicholas Hammond em A Noviça Rebelde (1965); Nicholas Hammond na noite de estreia do musical Chicago no Capitol Theatre, em 13 de junho de 2024, em Sydney, Austrália. (Silver Screen Collection/Getty ; Don Arnold/WireImage/Reprodução)

O “irmão mais velho” seguiu carreira na TV e ficou famoso por interpretar o Homem-Aranha na série dos anos 1970. Vive há décadas na Austrália, onde trabalha como roteirista e diretor. Em entrevistas recentes, conta que o vínculo entre os Von Trapp permanece: “Ainda nos chamamos de irmãos e irmãs.”

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Heather Menzies-Urich (Louisa)

Heather Menzies em A Noviça Rebelde (1965); Heather Menzies na noite de abertura do TCM Classic Film Festival em 26 de março de 2015, em Hollywood, Califórnia.
Heather Menzies em A Noviça Rebelde (1965); Heather Menzies na noite de abertura do TCM Classic Film Festival em 26 de março de 2015, em Hollywood, Califórnia. (TCD/Prod.DB / Alamy ; Jason LaVeris/FilmMagic/Reprodução)

Heather continuou atuando e se casou com o ator Robert Urich, com quem fundou uma instituição de apoio a pacientes com câncer. Ela faleceu em 2017, mas deixou um legado de generosidade e amor à arte.

Duane Chase (Kurt)

Duane Chase em A Noviça Rebelde (1965); Duane Chase no AFI Lifetime Achievement Award Tribute Gala em 9 de junho de 2022, em Los Angeles, Califórnia.
Duane Chase em A Noviça Rebelde (1965); Duane Chase no AFI Lifetime Achievement Award Tribute Gala em 9 de junho de 2022, em Los Angeles, Califórnia. (Silver Screen Collection/Getty ; Michael Buckner/Variety/Penske Media/Reprodução)

Depois do filme, trocou o show business por uma carreira científica. Formou-se em geologia e trabalhou em projetos de mapeamento ambiental. Discreto, aparece em reuniões ocasionais do elenco e costuma dizer que viveu “a melhor aventura da infância”.

Angela Cartwright (Brigitta)

Angela Cartwright em A Noviça Rebelde (1965); Angela Cartwright na 48ª edição do AFI Life Achievement Awards em 9 de junho de 2022, em Hollywood, Califórnia.
Angela Cartwright em A Noviça Rebelde (1965); Angela Cartwright na 48ª edição do AFI Life Achievement Awards em 9 de junho de 2022, em Hollywood, Califórnia. (Allstar Picture Library Ltd / Alamy ; VALERIE MACON/AFP via Getty/Reprodução)
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Uma das mais experientes do grupo, Angela seguiu carreira na TV, estrelando Perdidos no Espaço, e depois se tornou fotógrafa e artista plástica. Publicou livros sobre bastidores de A Noviça Rebelde e mantém viva a memória do filme, participando ativamente de eventos e documentários.

Debbie Turner (Marta)

Debbie Turner em A Noviça Rebelde (1965); Debbie Turner na 48ª edição do AFI Life Achievement Awards em 9 de junho de 2022, em Hollywood, Califórnia.
Debbie Turner em A Noviça Rebelde (1965); Debbie Turner na 48ª edição do AFI Life Achievement Awards em 9 de junho de 2022, em Hollywood, Califórnia. (Allstar Picture Library Ltd / Alamy ; VALERIE MACON/AFP via Getty/Reprodução)

Debbie deixou Hollywood ainda jovem e se tornou florista e designer de eventos em Minnesota. É presença constante nas celebrações de aniversário do filme e costuma dizer que “A Noviça Rebelde é como uma família que nunca acabou.”

Kym Karath (Gretl)

Kym Karath em A Noviça Rebelde (1965); Kym Karath na 48ª edição do AFI Life Achievement Awards em 9 de junho de 2022, em Hollywood, Califórnia.
Kym Karath em A Noviça Rebelde (1965); Kym Karath na 48ª edição do AFI Life Achievement Awards em 9 de junho de 2022, em Hollywood, Califórnia. (Allstar Picture Library Ltd / Alamy ; VALERIE MACON/AFP via Getty/Reprodução)

A caçula dos Von Trapp continuou atuando por alguns anos e, mais tarde, se dedicou à família e ao trabalho social. Hoje, lidera a SOM7, fundação que reúne o elenco original em iniciativas beneficentes.

Um vínculo que o tempo não quebrou

Mesmo com perdas e vidas distantes, o elenco infantil de A Noviça Rebelde continua se reunindo periodicamente — e cada encontro se transforma em uma celebração da amizade e da arte. Julie Andrews, hoje com 89 anos, segue sendo a alma do grupo. Christopher Plummer, falecido em 2021, é lembrado com emoção por todos.

Sessenta anos depois, é impossível assistir ao filme sem pensar naquelas crianças que correram pelas colinas e conquistaram o mundo. E talvez esse seja o segredo da imortalidade de A Noviça Rebelde: ela continua crescendo com a gente. 

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