Decoração com muita história e memória afetiva nesta casa de sítio
O projeto, assinado pela designer de interiores Shirlei Proença, preservou a casa original e criou ambientes aconchegantes para a família se reunir
Impossível não se encantar com cada detalhe da decoração deste sítio, localizado no interior de São Paulo. Com muitas cores, texturas e peças afetivas, os ambientes foram todos trabalhados pela designer de interiores Shirlei Proença, que preservou o estilo de casa de roça. Este foi, aliás, o único pedido que a cliente fez para a profissional. “A proprietária não queria uma casa de cidade no sítio. Ela queria vivenciar a simplicidade de uma casa de campo, sem tecnologia, sem suíte, sem TV nos quartos”, explica.
A ideia era viver como nos nos velhos tempos, quando toda a família assistia TV juntos na sala. “Assim, pensamos em um lugar quase cenográfico, pequeno e acolhedor, que tivesse alma e história. Para a cliente, não faz sentido uma casa com decoração de prateleira”, revela Shirlei.
Neste projeto, a construção original foi mantida, mas Shirlei queria promover maior integração maior do espaço interno com a área externa da casa, que tem uma paisagem natural deslumbrante ao redor. “Foi quando resolvemos abrir os vãos das janelas e fazer portas duplas da sala para a varanda“, conta a designer.
Além disso, todo o telhado foi trocado e os pilares da varanda foram substituídos por dormentes. Além disso, uma pequena copa foi integrada à cozinha e a varanda dos fundos aumentou para criar uma área gourmet mais espaçosa e aconchegante para a família.
“O piso, uma cerâmica de 1920, foi mantido e restaurado. Há uma construção fora da casa que servia para guardar ferramentas, então criamos um salão de jogos nesse ambiente, além de um cantinho para o oratório, home theater e um banheiro grande”, explica Shirlei.
Nesse espaço, a designer também abriu vãos enormes com uma vista ampla para a área externo e com peitoril baixo, que serve de banco também.
Já no fundo da casa, tem uma nascente de água, onde foi criado um pequeno lago com carpas e deck. “Um dos principais desafios foi pesquisar materiais e objetos que saíssem do piloto automático do nosso dia a dia. Tudo precisava ter um significado de acordo com as vivências e memórias afetivas proprietária”, diz.
Isso porque o pai da cliente foi seleiro e a mãe, professora. “Na sala há uma carteira escolar antiga, dos anos 1950. Nas paredes, várias formas de sapatos. E como ela é uma leitora ativa, tem muitos livros raros. Lá tem uma coleção completa de Monteiro Lobato, por exemplo”, conta Shirlei.
Isso tudo torna a decoração ainda mais especial. Todos os objetos escolhidos têm um significado e uma história especial para a moradora. “Então, o maior desafio foi entender que nada poderia estar naquele cenário sem um contexto e a colaboração da cliente foi fundamental nesse processo todo porque ela garimpava o tempo inteiro e eu setorizava as peças no projeto. Formamos uma dupla com funções diferentes e complementares. Deu muito certo!”, finaliza.