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Como fortalecer sua marca pessoal nas redes sociais e bombar na carreira

Checar perfis de candidatos a uma vaga de emprego tornou-se comum. Se esses espaços dizem quem somos, por que não usar a presença digital a nosso favor?

Por Letícia Paiva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 out 2020, 15h14 - Publicado em 19 out 2020, 14h00
 (Getty Images/Getty Images)
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Foi há mais de uma década que eclodiu um movimento massivo de blogs no Brasil. Áreas como moda e beleza tornaram-se as favoritas de muitas mulheres e, paulatinamente, falar desses temas no que chamávamos de blogosfera virou profissão.

Com o tempo, surgiram diferentes formatos e plataformas – e nos adaptamos a todos rapidamente. Apesar desse movimento já consolidado de exposição nas redes, quem ainda se arrisca a usar seus perfis para mostrar habilidades e interesses é chamado pejorativamente de “blogueirinha” por alguns.

A expressão jocosa remete à ideia de que postar é exibicionismo e até futilidade. Ledo engano. O jogo virou e, em certa medida, é preciso ativar esse lado blogueirinha sem temer incorporar o termo a nosso favor.

A estratégia serve para todas as profissões – ou seja, não está restrita àquelas relacionadas à comunicação e à criatividade. Nessa era hiperconectada, ter presença digital não significa necessariamente tornar a internet seu local de trabalho, mas posicionar-se mostrando quem é você na sociedade e, sobretudo, apresentar-se para aqueles que não conhecem seu negócio ou seu perfil no mundo offline, como potenciais empregadores e parceiros. É nisso que se resume o branding pessoal, termo que tem circulado bastante, prática voltada para a carreira, mas que permeia nossas diversas facetas.

Não está à venda

No universo da publicidade, branding engloba criação e gestão de marca – isto é, por quais características uma empresa ou produto é reconhecido ou quais valores estão ligados a eles. Esse cuidado pode ser transposto para indivíduos, mas o objetivo não é nos enxergamos como companhias que precisam de estratégias para se vender, e sim pensar em como comunicamos nossas potências. “Já somos uma marca independentemente da internet, algo construído ao longo do tempo com base em nossas vivências”, diz Bruna Fioreti (@brufioreti), cocriadora, ao lado de Nilma Quariguasi (@nilmaquariguasi), do projeto Método Bold, que dá consultoria para moldar marca pessoal e fazê-la transparecer nas redes sociais, especialmente no Instagram. Essa jornada começa em olhar atentamente para os traços que fazem parte de sua essência e, concomitantemente, por quais deles gostaria de ser lembrada – inicie listando qualidades centrais da sua personalidade, focando no que torna você autêntica.

 

“Ninguém é só trabalho. Suas competências aparecem também em hobbies e interesses”

Erica Firmo, head de comunicação para mercados emergentes do LinkedIn

 

Melhor versão

Nossa marca – e as escolhas para alcançá-la – tem a ver com o tipo de impressão que gostaríamos de deixar para além de quem nos conhece pessoalmente. Evidentemente, o processo envolve coerência com os nossos objetivos de carreira – por exemplo, se a mira é crescer em certa profissão, faz sentido realçar aquilo que pode ser agregado a ela. Contudo, isso não deve prender o profissional a um modelo esperado ou, pior, levar a um avatar fake. O mantra é que nossa marca pessoal é única e mutável. Ela se expressa pela linguagem, formato do conteúdo, cores, estilo de roupa… “Observe o tipo de informação que você costuma consumir. Tem gente que gosta do texto, de um certo tipo de imagem, dos vídeos estilo reality show”, diz Alessandra Garattoni (@alegarattoni), criadora da Amo Branding, que oferece conteúdo digital e workshops sobre o tema. Isso ajuda também a pensar quais plataformas combinam mais com seus objetivos – as mais recomendadas são Instagram e LinkedIn, mas há outras propostas, como Twitter e YouTube.

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Assim, quando falamos em como nossos perfis nas redes podem nos posicionar em relação à carreira, não estamos nos referindo à manutenção de canais estritamente profissionais. Vale explorar a sua vida como um todo, passando por hobbies e temas que a atraem. “A escolha por um profissional é bastante emocional, baseando-se em outros posicionamentos além do currículo”, afirma Nilma. “Ninguém é só trabalho. Se quer mostrar sua personalidade, ela precisa se expressar não só em realizações ou resultados alcançados nesse campo”, complementa Erica Firmo (@ericafirmo), head de comunicação para mercados emergentes do LinkedIn. Lembrando que mostrar parcelas da vida pessoal não equivale a expor sua intimidade, causando-lhe desconforto.

Abaixo a autopromoção

Em especial no LinkedIn, parece estranho romper com a barreira do estritamente profissional. O equilíbrio, porém, implica adaptar linguagens e formatos que você usa em outros espaços. “Se está enfrentando os desafios da maternidade em meio ao home office, por que não abordar isso, inclusive mostrando aprendizados que envolvem o mundo do trabalho?”, diz Carolina Martins (@carolinamartinsf_), especialista em gestão de pessoas com o maior perfil feminino no LinkedIn. O discurso não tem que ser em tom corporativo; procure deixá-lo mais natural.

Para aquelas que ainda temem passar a ideia de que estão se promovendo a todo custo, a principal estratégia é desenvolver conteúdo com informação que possa ser útil para o público ou seguidor, gerando reflexões. O que você compartilha precisa ser, em certo grau, recompensador para seus contatos. “Observe que tipo de conhecimento você tem, pela sua área de atuação ou por experiências prévias, e pense em como ele pode ser agregado ao cotidiano de quem não é do mesmo setor que o seu”, sugere Carolina.“Quem trabalha há anos com finanças, por exemplo, pode tratar de orçamento pessoal.” A chave está em personalizar o conteúdo e imprimir o seu jeito de falar para que se torne uma marca registrada. Também faz sentido apresentar o que está por trás da profissão, desde bastidores até situações do dia a dia menos conhecidas.

 

Tem alguém aí?

Depois que começar, talvez você ache desanimador não ter feedbacks ou sinta que está falando para pouca gente. Lembre-se de que esse é um trabalho de longo prazo, principalmente se não está nos seus planos fazer mudanças na carreira em breve. Construir sua marca pessoal na internet consiste em ficar visível e, quando precisar ou quiser novos caminhos, já ter isso bem pavimentado. Mas vá com calma! Não precisa cumprir outro expediente alimentando as redes. Planeje o que poderia incluir na sua rotina e tente implementar com consistência em vez de ficar produzindo um enorme volume.

“Quando se trabalha em uma empresa, é comum ser conhecida por isso e esquecer de trabalhar o próprio nome. Nossa marca é mais importante”

Alessandra Garattoni, especialista em branding
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Contrata-se confiança

“É melhor começar logo do que esperar ter segurança total. Após determinar o seu rumo, o que gostaria de ter como marca, coloque em prática mesmo que não fique perfeito”, diz Bruna, que sugere anotar todas as ideias do que poderia levar para um post, vídeo ou story e ir selecionando o que mais lhe agrada.

Como se sabe, para a mulher pode ser mais difícil falar sobre as próprias qualidades ou se sentir competente apesar de ser qualificada. Não deixe que essa insegurança em relação a julgamentos e ao que tem a mostrar se torne uma barreira. A opinião que importa é a da audiência que você pretende ter. Nesse aspecto, não se pode esquecer de que as redes sociais são, por princípio, espaços de conexão e diálogo. Por isso, cabe ouvir os retornos que receber e usar as ferramentas disponíveis para perguntar o que os seguidores gostariam de saber sobre o seu campo ou dúvidas em relação a temas que domina. “Não precisa necessariamente ter um doutorado em um tema para falar dele. Proponha novos assuntos que sejam do seu interesse; isso ajuda a estourar a sua bolha”, diz Erica.

Ainda que você consiga avançar, não tenha a ilusão de que vai ser simplesmente “descoberta” por uma empresa ou cliente. Siga ou se conecte com profissionais que admira, que estão em uma empresa ou setor que deseja alcançar. Depois de algum tempo, é possível iniciar uma conversa, de preferência falando sobre pontos de interesse, sem pular direto para pedidos (de emprego ou de indicação, por exemplo), o que pode afastar o interlocutor.

 

Passos para sair da invisibilidade

Oi, meu nome é…

Seus perfis precisam deixar claro quem é você logo na apresentação, mas desvinculando-a de cargo. Vá além das experiências de trabalho.

Peça biscoitos 

No LinkedIn, é fundamental que colegas descrevam você e façam recomendações nos campos disponíveis. Já no Instagram, os primeiros feedbacks serão de amigos.

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Crescer e aparecer 

Use mecanismos que aumentem sua visibilidade para quem não conhece você pelo nome. Palavras-chave, tags, fotos e vídeos de qualidade ajudam nisso.

O sucesso é seu

Evite comparar seus números, mas, se busca mais audiência, aposte em ferramentas novas das redes, que costumam ter melhor distribuição.

 

 

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