Entrar na universidade deveria significar o começo da vida profissional, em um ambiente rico em aprendizado e acolhedor. Mas uma pesquisa do Instituto Avon e do Data Popular, feita em setembro e outubro deste ano com mais de 1800 universitários de todo o país mostra que a universidade é, na verdade, um ambiente violento para as mulheres.
Dentre as entrevistadas, 42% dizem já terem sentido medo de sofrer violência, e 36% já deixaram de fazer alguma atividade na universidade devido ao medo. O temor é justificado: 67% já foram submetidas a algum tipo de violência na universidade. Dentre as violências sofridas, estão assédio sexual, coerção, violência sexual, violência física, desqualificação intelectual e agressões morais e psicológicas. E a violência parte dos homens.
Os homens também participaram da pesquisa, e, a princípio, apenas 2% dos consultados admitiram espontaneamente terem praticado algum ato de violência. Mas quando confrontados com uma lista de violências possíveis, 38% revelaram já terem as cometido. Ainda assim, muitos atos corriqueiros não são vistos como violência. Para 27% dos entrevistados homens, abusar de uma mulher se ela estiver alcoolizada não é violência. 35% não consideram errado coagir uma mulher a participar de atividades degradantes como desfiles e leilões. E 31% acham ok repassar fotos e vídeos das colegas sem autorização.
Os dados são preocupantes, considerando que os jovens universitários de hoje, homens e mulheres, serão os líderes do futuro. Por isso a violência contra a mulher nas universidades é um assunto tão sério e que deve ser debatido.