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Queda de cabelo: motivos e soluções para prender o mal pela raiz

É normal perder até 100 fios por dia, mas quando essa quantidade triplica é sinal de problema.

Por Simone Ota e Shâmia Salem
Atualizado em 22 out 2018, 08h38 - Publicado em 23 nov 2017, 00h10
 (Kwangmoozaa/ThinkStock)
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Faça o teste: divida o cabelo em quatro grandes mechas e, em cada uma delas, passe delicadamente dez vezes os dedos entre os fios, da raiz às pontas. “Se saírem mais de seis fios em cada área, é sinal de que o cabelo está caindo mais do que deveria”, alerta o dermatologista especializado em cabelo, Ademir Júnior, de São Paulo. Causadas por diversos fatores, como má alimentação, traumas emocionais, desequilíbrio hormonal, stress e até uso incorreto de secador, as falhas capilares nas mulheres começam a aparecer na região frontal, expondo o couro cabeludo.

“Por não saberem se a queda é mesmo normal, muitas procuram ajuda só quando a autoestima já está abalada e o problema em grau avançado”, diz a dermatologista e cirurgiã de calvície Maria Angélica Muricy Sanseverino, de São Paulo. Mas não se desespere. Aqui listamos os principais agentes causadores da queda e os tratamentos indicados.

Menopausa

O desequilíbrio hormonal é causado pelo aumento do hormônio DHT, que, em maior quantidade, atrofia a raiz dos fios. “Eles ficam mais finos, claros, fracos e com velocidade de crescimento reduzida”, diz a médica Maria Angélica.

Solução: Loção capilar à base de minoxidil, sessões de laser frio de diodo e vitaminas especiais – todos eles estimulam o crescimento. Também é preciso bloquear a ação do hormônio com remédios prescritos pelo médico.

Alteração na tireoide e stress

Além desses dois vilões, dietas desequilibradas alteram o ciclo de vida dos fios, fazendo com que pulem da fase de crescimento para a de repouso, período em que já estão próximos da queda.

Solução: São recomendadas no mínimo dez sessões de carboxiterapia a cada 15 dias. Com uma agulha, o gás é injetado no couro cabeludo para descolar e expandir o tecido. “Isso melhora a circulação sanguínea, nutre os folículos capilares e faz brotarem novos fios”, diz Ademir. Apesar de levarem pouco mais de cinco minutos, as sessões são incômodas.

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Anemia

“A baixa quantidade de hemoglobina no sangue prejudica a oferta de oxigênio para o bulbo capilar, quebrando e afinando o fio”, explica o médico nutrólogo Abib Maldaun Neto, de São Paulo.

Solução: É preciso aumentar a ingestão de alimentos ricos em ferro, como espinafre, carne vermelha, e de vitamina C, encontrada em frutas cítricas, que favorece a absorção do mineral. Em alguns casos, são indicados suplementos alimentares.

Depressão

O problema não é a causa exclusiva da queda, mas contribui muito para desencadeá-la. “Isso ocorre porque a doença pode estar relacionada com a diminuição dos hormônios femininos. Além disso, alguns antidepressivos, em especial a fluoxetina, agem no bulbo capilar, prolongando a fase de queda”, explica o dermatologista Adriano Almeida, de São Paulo, diretor da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo (Sbec).

Solução: segundo o médico, se for possível interromper o uso de remédios contra a depressão, ótimo. Senão, é preciso trocá-los por outros que não interfiram no bulbo capilar, caso da paroxetina. A dermatologista Leila Gazi, de Três Lagoas (MS), recomenda melhorar a alimentação e aplicar loções tópicas com minoxidil.

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Escova, secador e elástico

O calor do secador pode queimar o couro cabeludo e roubar água do fio, deixando o cabelo ressecado e suscetível à quebra; a fricção da escova lasca a cutícula (camada que protege o fio), fragilizando-o ainda mais; e a tração, seja provocada por escova, elástico ou trança, pode levar à perda da raiz com o passar dos anos.

Solução: Somente a tesoura é capaz de eliminar o aspecto mastigado dos fios arrebentados. Já a reposição de água e proteína pode ser feita quinzenalmente no salão. Para renovar os fios queimados, uma loção com ativos antiqueda é fundamental. Já se o couro cabeludo foi queimado, o tratamento exige aplicações de laser ou carboxiterapia. O local ficou pelado? Só o transplante capilar vai funcionar.

Escova progressiva

O vilão é o formol, que deixa o fio liso e brilhante por fora, mas leva embora a água e as proteínas, essenciais à saúde da fibra capilar. A especialista Maria Angélica reforça: “Em excesso, até químicas como alisamento, relaxamento e descoloração quebram e afinam o fio”.

Solução: evite procedimentos químicos quando os fios estiverem fragilizados e reforce hidratações profundas com queratina para encorpá-los. O médico vai avaliar a necessidade de receitar vitaminas e até a aplicação de laser frio de diodo para fortalecer.

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Couro cabeludo inflamado

O organismo desenvolve anticorpos que inflamam o couro e levam à queda abrupta dos fios. “Pouco comum, o distúrbio deixa áreas peladas no couro”, diz a dermatologista Leila Gazi.

Solução: a aplicação de injeções de corticoide nas áreas peladas inibe a produção de anticorpos. “Antes das picadas, uso crioterapia com nitrogênio líquido gelado para potencializar a absorção da substância. O resultado é rápido”, garante a médica. Não dói e o cabelo volta a crescer em duas semanas.

Herança genética

Conhecida como alopecia androgenética, afeta homens e mulheres de maneira diferente. É facilmente identificada por falhas nas laterais da testa e na parte superior da cabeça – a coroa. Em nós, atinge a parte frontal, afinando os fios.

Solução: a única saída é o transplante de unidades foliculares. Na cirurgia, retira-se da nuca uma faixa do couro cabeludo e os fios são colocados um a um onde há falhas. “A técnica só pode ser realizada com o cabelo da própria pessoa”, diz Maria Angélica.

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