Big Chop: como tirar toda a química durante a transição capilar
Para quem deseja optar por esta escolha: o Pixie Hair, popularmente chamado de corte Joãozinho, promete repaginar seu visual sem deixar de lado o estilo
Assumir os cachos nem sempre é uma decisão fácil de ser tomada, mas para as convictas na transformação, o principal desafio é lidar com a transição capilar. O processo consiste na eliminação, gradual ou totalmente, do produto químico responsável por alisar os fios para que cresçam naturalmente.
A transição pode ser feita de duas maneiras diferentes: a primeira, consiste em deixar a raiz crescer e ir cortando, aos pouquinhos, o cabelo, deixando os fios com duas texturas diferentes – cacheados na raiz e liso nas pontas. Geralmente, essa é a escolha das meninas que preferem não abrir mão do comprimento ou da cor das madeixas.
Foi o caso da repórter Gabriela Kimura, do portal MdeMulher, que preferiu manter o tom cinza de suas madeixas. E após 12 anos fazendo escova progressiva, decidiu, há seis meses, redescobrir seu cabelo natural junto com sua melhor amiga e vem registrando minuciosamente essa mudança. “O mais difícil de tudo isso é precisar arrumá-lo todas as vezes que lavo, porque ainda tenho mais da metade dos fios com progressiva, o que o torna pesado, sem cachos nas pontas.” completa ela: “É bom me sentir livre para ter um cabelo que fica bom em um dia e no outro não – e tudo bem com isso.”
Juliana Mavalli
Gabriela no início do processo, e depois de um mês de transição.
Já a segunda, pode ser considerada mais prática e radical por retirar por completo as substâncias químicas dos fios. Conhecida como Big Chop, essa alternativa vem do ato de cortar toda a parte alisada do cabelo. Para as meninas que desejam optar por esta escolha: o Pixie Hair, popularmente chamado de corte Joãozinho, promete repaginar seu visual sem deixar de lado o estilo!
Big Chop: fiz e gostei!
Maraisa Fidelis, do blog Beleza Interior, fez sua transição completa em cerca de 5 meses. A blogueira tinha o costume de fazer permanente em seus fios, que acabaram não aguentando a quantidade de produtos químicos, o que resultou num corte químico: “Demorei para cair na real, no começo acordava com cabelo no travesseiro e acabei cismando que faltava alguma vitamina no meu corpo. Foi só depois de me consultar com médicos que percebi: não era queda, mas sim quebra.”
Arquivo Pessoal
Maraisa em 2006, com 17 anos e dois anos depois da transição, no primeiro semestre de 2015.
Inicialmente, ela cuidava de duas texturas, até que em setembro de 2013, cortou toda a química de suas madeixas. “Fiquei muito mal, foi muito estranho. Postei uma foto e as meninas que acompanhavam o meu trabalho me apoiaram e me ajudaram a ficar melhor”, desabafou. Assim como Gabriela, Maraisa registrou todo o processo, mas em seu canal no Youtube, numa espécie de diário.
Para aquelas que estão pensando em dar o pontapé inicial para esta transformação, a blogueira aconselha usar e abusar dos acessórios para disfarçar as duas texturas – caso opte por uma transição gradual. E dá a letra do conselho que vale ouro: “Cuide muito bem do seu cabelo, assim o novo ficará sadio após o corte da parte com química. E não se esqueça, um fio é diferente do outro, por isso tome cuidado na hora de escolher os produtos – os cachos têm aberturas e espessuras diferentes.”
Reprodução/Instagram
Maraisa com seu black power atual.
Verena Barros, do blog Nunca Saio Sem Make também passou 5 meses no processo. “Não aguentava mais esperar. A ansiedade de ver meus cachos e minha verdadeira identidade foi maior do que o comprimento dos meus fios”, confessou a blogueira que também possui um canal no Youtube sobre o porquê de sua escolha. Arquivo Pessoal
Verena um mês depois de ter feito o big chop.
Para Verena, que também atua como maquiadora, o maior desafio foi conviver e cuidar de duas texturas, que a obrigavam à prender seu cabelo. “Mas apesar de tudo isso, o maior benefício foi a minha liberdade estética. Para mim, foi uma experiência de redescoberta incrível!”
Arquivo Pessoal
As madeixas de Verena atualmente.
Mesmo com todos os perrengues, Gabriela sente nesta transição capilar um processo para lá de empoderador: “A gente se acostuma tanto a querer se encaixar no “padrão”, a “pertencer” e estar “perfeita” que esquece de valorizar o quão bonito é nosso verdadeiro eu.”