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Gosta da família real britânica? Veja The Crown

Assisti em primeira mão aos episódios de The Crown e entrevistei os atores da série sobre a família real britânica

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 dez 2016, 16h11 - Publicado em 2 nov 2016, 16h09
The Crown (Divulgação/Netflix)
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Muito antes do casamento de Kate e Will ou do Baby George, a família real britânica já dava o que falar. A matriarca, Rainha Elizabeth, ganhava os jornais há 65 anos, quando assumiu de repente o trono do Reino Unido. Seu pai, o Rei George VI morrera inesperadamente, deixando a missão para a jovem de 25 anos. Toda essa trajetória de Elizabeth, casada com o Príncipe Phillip e mãe de Charles, Anne, Andrew e Edward, aparece no novo documentário da Netflix, The Crown.

A série é a mais cara já produzida pela Netflix e teria custado em torno de 100 milhões de dólares. Os figurinos são suntuosos e os cenários nos permitem entrar em locais privados da família real, como a casa de campo onde costumam passar as festas de final de ano. O tom histórico permeia toda a série, mas é o toque dramático que torna impossível descolar os olhos da tela.

O roteiro é do renomado Peter Morgan, que escreveu A Rainha (lembra daquele filme com Helen Mirren que concorreu ao Oscar?) e também outros filmes históricos, como Frost/Nixon. A princípio, serão seis temporadas com 10 episódios cada. A primeira temporada estará disponível a partir de sexta, dia 4.

Nós já assistimos e, inclusive, conversamos com os atores principais, Claire Foy, que vive Elizabeth, e Matt Smith, Phillip. Nosso bate-papo começou com algumas palavras em português, dessas que os estrangeiros aprendem logo de cara. Matt já passou muitas temporadas no Brasil, ama o Rio de Janeiro e tem amigos cariocas. Com eles aprendeu o “Oi, tudo bem?” que lançou logo no começo da conversa e rendeu boas risadas. Na conversa, discutimos a importância de atores britânicos interpretarem a história do próprio país.

Veja a seguir a entrevista e depois confira dicas para não perder nada na série:

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Rainha Elizabeth (Claire Foy) experimenta a coroa (Divulgação/Netflix)
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Essa gravação foi muito diferente das outras séries e filmes que vocês participaram?
Claire: Totalmente! A Netflix garantiu o dinheiro, mas deixou pessoas incríveis filmarem sem interferir. A criação é toda da equipe, sem nenhuma influência. Essa liberdade para criar é incrível!

São personagens mais difíceis de interpretar por serem figuras verdadeiras, que estão vivas e que são realeza? Afinal, vocês são britânicos, há uma responsabilidade extra?
Matt: Sim! Tem que ser uma homenagem feita da maneira correta. Então precisa ter a essência da pessoa, mas tem que capturar o espectador, não pode ser muito brando. As pessoas têm pré-conceitos, ideias de como essas pessoas são. Então eles tem que assistir e se surpreender, ver como estavam enganados.

Sim! A maioria das pessoas com menos de 30 anos acha que a Rainha é séria, brava. Mesmo naquele filme A Rainha ela aparecia assim. Mas na série ela é risonha, doce…
Claire: É, mas a Hellen estava interpretando Elizabeth quando ela tinha 80 anos. Na série, ela tem 20 anos, é uma jovem apaixonada. Essa responsabilidade da sua posição real não tinha recaído sobre ela ainda. Havia outras preocupações antes, então tinha que refletir esse espírito. Com o tempo, acho que ela vai vendo a seriedade da situação que ela tem que encarar.

Matt: Além disso, você tem um ótimo sorriso, né Claire (risos). Brincadeiras à parte, acho que fica bem claro que há uma juventude que lhe é tirada quando o pai dela morre. Porque, de repente, ela é rainha de um país.

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Claire Foy como a Rainha Elizabeth (Divulgação/)

E como se estuda para esse personagem? Vocês puderam falar com eles? Ou tiveram aulas de etiqueta?
Claire: Não, você precisa confiar no Peter Morgan, que tem um roteiro extraordinário, repleto de conhecimento. Além disso, há documentários, áudios, bons livros, depoimentos de pesquisadores. E você vai entendendo porque as pessoas são tão fascinadas pela família real britânica. No Youtube tem anos de gravações, dá até para acompanhar mudanças na etiqueta. Por exemplo, o aceno de mão visto no primeiro episódio mudou muito desde 1947.

Vocês têm uma semelhança impressionante com seus personagens. Fizeram testes para os papéis ou foram convidados?
Claire: Não, fizemos todo o processo: a audição, uma conversa entre nós, uma gravação de cena. Depois, gravei uma cena com o Matt. Foi tudo pelo caminho convencional.

Você já tinha feito outros papéis históricos, como a Ana Bolena, em uma série britânica. Gosta mais de papéis históricos?
Claire: (Risos) Não tinha notado isso, na verdade. Acho que tenho uma variedade boa de papéis, mas esses me encantam. Acho que as pessoas estão muito interessadas no que aconteceu antes deles nascerem, na história de suas nações.

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Quando um papel já foi interpretado tantas vezes, há espaço para inovar ou acaba indo por um mesmo caminho?
Matt: Acho que a gente tenta trazer o máximo de novo possível. Faz parte do papel do ator colocar um pouco de si naquela interpretação, então, de alguma maneira, a sua verdade acaba aparecendo. E não tem como pegar emprestado coisas da interpretação dos outros porque algo acaba morrendo no personagem.

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Rei George leva Elizabeth ao altar em seu casamento (Divulgação/)

Dicas para ver The Crown

O primeiro episódio é um pouco melancólico e angustiante, mas faz parte da história. Aguente firme para o próximo.

A partir do terceiro episódio, a Rainha Elizabeth começa a ganhar se poder. Ela vai se transformando lentamente.

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Fique de olho na relação dela com Phillip, que hoje parece tão pacífica, mas já envolveu mais embates.

Dê uma pesquisada na história da Inglaterra depois que Winston Churchill assume como Primeiro Ministro, pois é um momento de extrema importância mundial e vai ajudar a entender melhor o furor da população.

Divirta-se!!

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