Filhos estragados, pais permissivos
"Será que também crio minhas filhas à mercê do ridículo, mimadas, estragadas, destruídas por uma educação sem limites?"
Viram o vídeo de zap que circulou na semana passada no high carioca? Um jovem, abastado, falando olhando para a câmera, de dentro de sua lancha de sei lá quantos pés, ironiza uma suposta menina que não aparece na imagem, porque ela tem um celular de baixa renda (mesmo sendo um iPhone, com capinha da Goyard) e tasca o aparelho no mar. A imagem mostra ele e seus amigos rindo a valer da “morte” do telefone.
Fiquei pasma. Pensei automaticamente nos pais do rapaz. Ele deve ter uns 20 anos, então, seu pais, quase ou mais de cinquenta. Como eu trato o tema da maturidade e tenho duas filhas nesta mesma faixa do garoto, me coloquei em xeque.
Será que também crio minhas filhas à mercê do ridículo, elas são mimadas, estragadas, destruídas por uma educação sem limites? E conversando com uma amiga, ela levanta uma lebre ainda mais incômoda. E quando fazemos tudo pelos filhos e eles devolvem como pedintes? São campeões em não fazerem nada. “Filha, vai ao banco tirar um dinheiro? Claro que não… Estou ocupada” Ocupada com o quê? “Filho, pode varrer seu quarto e arrumar a cama? Não. Vou deixar assim e você arruma depois”. Oi? E só pedem. Roupas, viagens, celulares, grana pra festa paga, até silicone entra na lista. Eu já me vi em várias situações similares. Onde eu errei?
Hoje, em um novo casamento, meu marido me chama a atenção por me achar permissiva. Diz que deixo tudo solto. Que falta pulso. Mas diante do que vi no vídeo do menino zunindo o iPhone em alto-mar, o debate volta. E vocês, são pais permissivos? Comentários, please!
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