Os cuidados de beleza das coreanas podem não servir para todo tipo de pele
As variações locais que vão do clima à formulação dos produtos podem colocar a saúde da pele em xeque
Basta deslizar rapidamente pelo feed do Instagram e lá estão os gurus de beleza falando sobre k-beauty. A letra é a abreviação, em inglês, para Coreia (no caso, do Sul), um polo de tecnologia e epicentro de tendências em cosméticos.
Para além da inovação, o que chamou a atenção para tal cultura foi uma rotina de cuidados de pele com mais de dez passos.
A primeira etapa é feita com demaquilante ou óleo de limpeza, espuma de limpeza à base de água e esfoliante. Em seguida, vêm o tônico facial e a essência.
Depois, anti-idade ou tratamento específico, máscara, creme para a região dos olhos, hidratante e protetor solar. Todo o processo é repetido de manhã e à noite.
Apesar de parecer complicadíssimo, o apelo terapêutico laçou adeptas. Em um momento em que autocuidado tornou-se uma das hashtags mais populares nas redes sociais, tirar um tempo do dia a dia corrido para olhar para si mostrou-se uma oportunidade tentadora de testar novas técnicas e produtos.
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“Para mim, o que vale é a lição de dar atenção aos cuidados faciais. Desde que adotei a cartilha, minha pele está visivelmente mais saudável. Percebo que, hoje, é mais fácil tratar uma espinha, por exemplo. Meu rosto costumava demorar para responder a qualquer tratamento”, conta a tradutora curitibana Amanda Bittencourt, 26 anos.
Você é única
A questão é que, quando o assunto é saúde, não se pode contar com fórmulas prontas ou efetivas em outra pessoa, especialmente se levarmos em consideração as peculiaridades geográficas.
Nível de radiação solar, temperatura e umidade do ar são apenas alguns dos aspectos climáticos que diferem as condições sob as quais ocidentais e orientais vivem.
Além disso, cada tipo de pele, bem como o momento em que ela está, pede abordagem individual. É o que defende a dermatologista Sylvia Ypiranga, de São Paulo.
“Sabonetes agressivos podem tirar a pouca oleosidade natural da pele seca, por exemplo”, explica. Em contrapartida, ingredientes pesados, como óleos, talvez levem à obstrução dos poros.
As texturas também pedem cautela. “No caso dos abrasivos, tipo esfoliante, o excesso de atrito, ainda que leve, pode causar irritação ou vermelhidão”, diz a dermatologista Denise Steiner, de São Paulo.
Mais do que efeito de um ou outro frasco, o segredo está em não ultrapassar a linha muitas vezes tênue entre atenção e excesso.
Para simplificar
BÊ-Á-BÁ
É possível personalizar a rotina, adequando-a às necessidades e à disponibilidade de tempo, dinheiro para investir em produtos, preocupação com sustentabilidade e, é claro, interesse.
“Tenha em mente que os essenciais são limpeza, hidratação e fotoproteção. E sempre busque orientação do dermatologista”, argumenta Sylvia Ypiranga.
EFEITOS ESPECIAIS
Deixe as máscaras poderosas para dias importantes, em que a pele precisa de uma dose extra de nutrição para aguentar horas de maquiagem ou se recuperar de um período de estresse.
Vale colocar uma meditação guiada nos fones de ouvido enquanto espera o tempo de ação e se desconectar do mundo exterior.
Ingredientes-chave
Não se perca entre os rótulos. O ácido hialurônico e a vitamina C são os atuais queridinhos do mercado. O primeiro é responsável por reter a água da cútis.
O segundo tem propriedades antioxidantes, que protegem as células da ação dos radicais livres e previnem o envelhecimento precoce. De imediato, ambos garantem brilho saudável e uma superfície lisa para receber a base.
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