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Neurocosméticos: bem-estar mental que você pode ver na pele

Categoria de produtos que cuidam da mente e da pele é a grande aposta do mercado da beleza. Especialistas explicam como usar

Por Tainá Goulart
19 dez 2023, 06h45
Os dias de descanso são uma boa oportunidade para colocar o autocuidado em dia.
Os dias de descanso são uma boa oportunidade para colocar o autocuidado em dia. (Anna Shvets/Pexels)
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Novidade é o que não falta no universo da beleza. A cada dia que passa, um novo conceito, uma nova trend ou um novo ativo desembarca nas redes sociais, para angariar novos usuários e, claro, compradores. Porém, quem consome o produto também está consumindo informação, pesquisando tudo o que pode, e refletindo mais profundamente sobre a aquisição e seus benefícios para a pele e para a mente. Sim, para a mente, afinal, uma das principais apostas da indústria são, definitivamente, os neurocosméticos

O que são neurocosméticos?

Os neurocosméticos podem atuar de diversas formas dependendo do ativo utilizado no produto. Existem ativos responsáveis por regular, diminuir ou aumentar a produção de determinadas substâncias, os neurotransmissores, pelas células nervosas que interagem com as células da pele, os chamados queratinócitos.

Além disso, alguns produtos também são capazes de bloquear ou simular o efeito de determinados neurotransmissores.

saúde mental e saúde da pele
Dermatite pode ser agravada pela saúde mental. (Karolina Grabowska/Pexels)

“Os estudos focados e mais aprofundados nessa conexão especial existem há cerca de 10 anos, e, agora, temos bastante conhecimento dos neuropeptídeos. Dentro dos principais ativos dos neurocosméticos temos os peptídeos, as vitaminas antioxidantes e até mesmo o tão famoso ácido hialurônico. Então, em resumo, além deles interagirem nos neuroreceptores da pele, eles promovem uma sensação de bem-estar mental, a partir de uma interação com a serotonina e a dopamina, por exemplo”, explica Geisa Costa, médica dermatologista, diretora clínica e fundadora do Art Beauty Center (São Paulo e Uberaba/MG), idealizadora do livro Dermatologia & Gerações. 

O elo de sensações entre a pele e o cérebro

A ciência explica que a pele e o cérebro têm a mesma origem embrionária, e, por isso, quando acontece da pessoa ficar em um estado mental ansioso em excesso, a tendência é que a pele seja a primeira a responder, com o surgimento de urticárias e dermatites.

Aliás, elas podem até ser agravadas por conta do estresse mental. “Existem os receptores táteis na pele, que detectam as sensações de toque, dor, temperatura, pressão, entre outros estímulos, mantendo o cérebro informado. E o contrário também acontece, com as respostas ao estresse e o aumento do hormônio cortisol, que pode deixar a pele mais inflamada”, relata Geisa.

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Acne x autoconfiança: a saúde da pele pode interferir na saúde mental
Estresse faz a pele sofrer! (andrej_k/ThinkStock)

Os estados psicológicos de estresse, ansiedade e depressão um estímulo para maior produção de corticoide, o qual estimula uma maior produção sebácea e pode provocar alterações no ciclo capilar, condições que deixam a pele mais oleosa e contribuem para queda de cabelo, como reforça o dermatologista João Pedro Cabrera Pereira, especialista em tricologia médica.

“Todo cosmético com objetivo de equilibrar ou melhorar as funções orgânicas da pele, como a barreira protetora, produção hormonal, regulação de temperatura, sensibilidade, etc, e cujos ativos exercem um efeito sobre o sistema nervoso cutâneo ou modulam os efeitos dos neurotransmissores pode ser considerado um neurocosmético”, conta o médico.

Os principais ativos dentro dos neurocosméticos

Entre os ativos mais famosos estão o Happybelle-pe, Neuroxyl, Matrixyl, Argireline e Endorphin. Geisa pontua que os neurocosméticos são formulados com uma combinação de ingredientes que visam influenciar os processos neurológicos na pele, para proporcionar benefícios estéticos e sensoriais.

O Happybelle-pe, por exemplo, é um ativo lipossomado constituído por um complexo de fitoendorfinas responsáveis pela estimulação da proliferação de fibroblastos e queratinócitos, e consequente aumento da renovação celular, revitalização, hidratação e suavização de rugas.

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Mulher realizando massagem facial em sua cama
Para aquelas que sempre se esquecem de manter uma rotina de skincare, uma ótima opção é manter estes produtos ao lado de sua cama, desta forma você pode cuidar de sua pele diretamente do conforto de sua cama (Pexels/Reprodução)

“É importante a gente entender que os neurocosméticos são uma parte do futuro da dermatologia e da cosmiatria, principalmente para quem busca ir além da estética e atuar no bem-estar emocional. Entretanto, a eficácia e a segurança desses produtos ainda precisam de muitos estudos e comprovações científicas, clinicamente falando, para que possam ser integrados como um pilar fundamental da vida do paciente”, reforça a dermatologista.

Já João fala que os neurocosméticos são produtos que também têm sido utilizados para o cuidado dos cabelos, uma vez que alguns ativos são capazes de regular o ciclo capilar e inibir a queda ou melhorar processos inflamatórios do couro cabeludo que causam coceira, ardência e descamação.

A suplementação alimentar pode ser uma outra aliada na saúde da pele e da mente
A suplementação alimentar pode ser uma outra aliada na saúde da pele e da mente (Nataliya Vaitkevich/Pexels)

Suplementação alimentar também é aliada 

Como os neurocosméticos ainda são, de certa forma, recentes nas prateleiras, os dermatologistas e nutrólogos costumam indicar outras vias de alinhar o cérebro e a pele. A nutróloga Liliane Oppermann cita a dieta criada pelo médico americano Nicholas Perricone como uma grande prova da conexão entre cérebro e pele.

“Ele diz que o que acontece internamente no cérebro se reflete na pele. Por isso, essa dieta traz alimentos com bastante ômega 3 e vitamina E, que ajudam a prevenir a peroxidação lipídica, e, consequentemente, o surgimento das manchas senis”, diz Liliane.

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A nutróloga faz um alerta para a suplementação personalizada, ou seja, feita após uma consulta aprofundada com um especialista.

“Precisamos ver os exames de sangue, para entender a parte bioquímica da pessoa, levar em conta a rotina, os objetivos do paciente, se ele é mais diurno ou noturno, quais são seus hábitos, para fornecer uma dieta e uma suplementação específica para melhorar a saúde mental e a pele”, discorre ela.

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Procure sempre um especialista para fazer uma suplementação personalizada (Yaroslav Shuraev/Pexels)

A suplementação pode ser uma aliada na relação entre o consumo de nutrientes necessários, que talvez o indivíduo não consiga fazer só com a alimentação. “Através de ingredientes como vitaminas C e do complexo B, resveratrol, coenzima Q10 e peptídeos de colágeno, por exemplo, é possível contribuir na proteção da pele e a sua função de barreira. Além de auxiliar nos danos causados por raios UV e prevenir o envelhecimento precoce”, aponta Tatyane Martins Marcos, mestre em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Catarina e Analista de Pesquisa e Desenvolvimento da Essentia Group.

Tatyane reforça que, constantemente, o nosso cérebro recebe estímulos e informações de diversas maneiras, seja com o uso do celular ou até quando estamos no trânsito.

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A agitação do cotidiano e os hábitos diários também influenciam na saúde mental e isso precisa ser levado em conta na redução de problemas de pele. “É possível utilizar alguns suplementos alimentares que ajudem no foco, atenção sustentada e cognição. Como consequência disso, há melhora de diversas funções cerebrais, como o aprendizado, produtividade e memória, e, claro, do aspecto da pele”, comenta Tatyane, que cita ingredientes interessantes com esse objetivo.

“O ômega-3, encontrado nos óleos de peixe e krill, fosfatidilserina e a tradicional cafeína são alguns nomes importantes. Na suplementação de ômega-3, é legal ressaltar a importância de procurar produtos de boa procedência e que tenham óleos de alta qualidade, sendo capazes de entregar a quantidade de EPA e DHA que precisamos”, comenta.

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Veja algumas restrições de uso da suplementação alimentar para a sinergia entre mente e pele (Nataliya Vaitkevich/Pexels)

Existem restrições para o uso de suplementação?

Segundo Amanda Brant, nutricionista esportiva da Amao Nutrition, existem algumas contraindicações, mas variam de paciente para paciente.

“Um suplemento que contenha altas doses de cafeína não deve ser consumido por uma pessoa que possui pressão alta, assim como a ingestão de whey protein pode causar desconforto em uma pessoa que seja sensível e intolerante à lactose”, relata ela.

A passagem pela avaliação do especialista vai ajudar também na assertividade da suplementação, que, atualmente, existe para inúmeras situações de indicação.

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Amanda cita os indivíduos que fazem atividade física intensa e com frequência, mulheres que pretendem engravidar, estejam em período gestacional ou em menopausa, vegetarianos estritos, crianças, idosos que possuem carências nutricionais por baixa ingesta, interação medicamentosa ou por doenças específicas entre outras situações.

“Um fato é certo: os suplementos surgiram para trazer praticidade, adequar deficiências, manipular calorias e ingredientes e suprir necessidades nutricionais aumentadas, para que tenhamos sempre, resultados de impacto positivo, tanto na saúde, quanto na performance física, mental e também na estética.

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