Orgasmo durante o sono: é mais comum do que você imagina
Será que é por isso que dormir é tão gostoso?
Se você já acordou com uma sensação de relaxamento e aquele bem-estar difícil de explicar, pode ter vivido algo mais comum do que imagina: um orgasmo durante o sono. Apesar de ainda ser pouco comentado, ele faz parte da fisiologia humana e não está restrito a nenhum gênero, ao contrário do que muitos imaginam.
Para entender melhor como isso acontece, quando é mais provável que ocorra e como identificar se você já passou por essa experiência, conversamos com a psicóloga e sexóloga Alessandra Araújo. Ela explica o que está por trás desse fenômeno e traz curiosidades que você talvez nunca tenha ouvido. Olha só:
O que é um orgasmo noturno?
“Também conhecido como poluição noturna (termo mais comum para a ejaculação masculina) ou “sonho molhado”, é um evento fisiológico completo que ocorre predominantemente durante a fase REM (sigla em inglês para “Rapid Eye Movement”, “movimento rápido dos olhos”, em tradução livre), a fase dos sonhos mais vívidos”, ressalta a especialista.
Alessandra ainda explica que algumas situações aumentam as chances de o corpo atingir o clímax enquanto dorme. São elas:
- Sonhos eróticos: na fase REM, o cérebro está mais ativo e neurotransmissores ligados ao prazer podem ser liberados em resposta ao conteúdo do sonho, gerando a resposta sexual;
- Estímulos do próprio corpo: o atrito com lençóis, pijama ou a posição de dormir podem estimular fisicamente o clitóris ou o pênis, e o cérebro intensifica a sensação;
- Níveis hormonais e estresse: picos de testosterona, comuns pela manhã, podem facilitar a excitação. Já o estresse, embora atrapalhe a libido acordada, pode aumentar a atividade cerebral durante o sono e potencializar a fase REM.
Quais são os sinais físicos de que tive um orgasmo noturno?
Para descobrir se você já teve uma experiência de prazer durante o sono, basta prestar atenção no seu corpo. Alessandra aponta alguns sinais físicos como confirmações do evento:
- Liberação de fluidos: para homens, a ejaculação (a polução noturna) é o sinal mais evidente. Para mulheres, pode haver um aumento na lubrificação vaginal, que às vezes é confundida com suor ou secreção natural.
- Sinais pós-contração: coração acelerado, respiração ofegante e uma sensação de calor ou formigamento logo ao acordar. É o corpo reagindo à intensidade do orgasmo.
- Contração muscular: pode haver uma leve dor ou cansaço na pelve ou nas coxas, resultado das contrações involuntárias da musculatura pélvica durante o clímax.
Acontece com homens e mulheres na mesma frequência?
Embora o orgasmo no sono seja comum, ele se manifesta de maneiras diferentes entre homens e mulheres.
- Homens: É mais comum e evidente devido à ejaculação. “Estudos mostram que mais de 80% dos homens experimentam polução noturna em algum momento da vida, sendo mais frequente na adolescência e início da vida adulta”, diz a sexóloga.
- Mulheres: É menos evidente, mas ainda assim, ocorre com frequência significativa. “Pesquisas indicam que cerca de 40% das mulheres relatam ter tido orgasmos durante o sono, embora o reconhecimento possa ser menor, já que não há uma liberação de sêmen para confirmar o evento. O clímax feminino no sono pode ser mais sutil ou se manifestar primariamente através de contrações e um pico de prazer”, complementa.
É possível estimular o corpo a chegar ao orgasmo durante o sono?
Quem nunca passou por isso costuma ter curiosidade ou até vontade de experimentar a sensação. Mas, como diz a sexóloga, “não há uma técnica garantida que leve ao orgasmo noturno, pois ele é um evento autônomo.” Ainda assim, ela cita algumas estratégias que podem aumentar as chances:
- Focar em conteúdo erótico: uma boa dica para aumentar as chances de ter um orgasmo durante a noite é aumentar o foco na sexualidade e nas fantasias antes de dormir. Isso porque o cérebro tende a processar, na fase REM, conteúdos que foram dominantes durante o dia;
- Estimular a fase REM: Garantir um sono de qualidade e duração adequadas aumenta o tempo que o cérebro passa na fase REM, período em que os sonhos mais vívidos e as ereções/excitações noturnas são mais prováveis;
- Posição de dormir: a posição também importa. Experimente, por exemplo, dormir de bruços (barriga para baixo), que pode aumentar a fricção ou pressão sobre a região genital.
A sexóloga Cida Lopes também indica: “Vale se permitir pensamentos sensuais antes de dormir, leituras, vídeos ou até imagens. Esta é uma das atitudes que pode aumentar a probabilidade de ter um orgasmo durante o sono.”
Dá para ter orgasmo durante o sono mesmo sem nunca ter tido um orgasmo acordado?
Mesmo dormindo, o cérebro segue ativo e, em alguns momentos, essa atividade pode desencadear prazer. Entre mulheres, essa experiência pode acontecer inclusive para aquelas que nunca chegaram ao orgasmo acordadas. Sem ansiedade, pressão ou distrações, o corpo é capaz de completar a resposta sexual espontaneamente.
Para algumas, inclusive, orgasmo noturno acaba sendo o primeiro contato com essa sensação, o que pode ajudar a identificar sinais do próprio prazer depois, seja no sexo ou na masturbação.
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