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Ele tem Aids. Eu, não. E nosso sexo é fantástico

Logo que conheci o Eric, soube que ele era portador do HIV. Mesmo assim, não desisti de conquistá-lo. As pessoas são bem preconceituosas, mas eu não ligo

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 06h07 - Publicado em 22 set 2009, 21h00
Mariana Gomes (/)
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Assim que o vi, me apaixonei. Quando soube do HIV, nada mudouFoto: Caroline Nunes

Nunca vi meu pai tão nervoso. Ele me expulsou de casa. Peguei minhas coisas e fui ver meu namorado soropositivo. Três dias depois, papai me chamou pra conversar. Voltei, mas deixei bem claro: ”Do meu amor eu não me separo!”.

Na verdade, minha família soube do nosso romance sem querer. Sempre que a gente saía, eu mentia. Dizia que estava com amigos ou no trabalho. Até o dia em que minha mãe desconfiou. Ligou para a amiga que eu disse que estaria comigo. A casa caiu. Me apertaram contra a parede e eu contei tudo.

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Sabia que ele tinha Aids e me apaixonei Conheci o Eric em meu antigo emprego. Sou auxiliar de enfermagem e trabalhava em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos. Assim que ele chegou, meu coração disparou. Nossa, que garoto lindo! As outras meninas também acharam. Ele é alto e forte, chama bastante atenção.

Era procedimento básico: todos os pacientes faziam uma batelada de exames ao iniciar o tratamento. Com ele não foi diferente. Quando chegaram os resultados… um susto! O menino bonito era soropositivo, tinha Aids. Todos da clínica se abalaram. Confesso que, assim que soube, fiquei em choque. Mas também não era o fim! O Eric continuou sendo, pra mim, um rapaz muito doce e atraente.

Ele passou os 26 dias de tratamento jogando charme pro meu lado. Fui me apaixonando. Ele também. No dia em que recebeu alta, não hesitou: ”Quer sair comigo?”. Respondi logo de cara: quero muito! Nos encontramos no shopping. Já estávamos bem ligados. A química era tão forte que o dia acabou no motel. Conversamos sobre tudo e foi maravilhoso! Não nos largamos mais.

Tomamos alguns cuidados

Namorar um soropositivo é como namorar qualquer outra pessoa. Fazemos carinho, nos beijamos muito… O sexo é incrível. Mas é preciso ter bom senso, claro. A camisinha, por exemplo, é nossa fiel escudeira. Também não tivemos relação anal. Até cogitamos, mas é preciso estar bem seguro – como a região é pouco lubrificada e estreita, o preservativo pode sair ou rasgar. Por enquanto, melhor não.

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Não faço sexo oral nele. Alguns médicos defendem que não há riscos. Outros dizem que sim. Na dúvida, é melhor evitar. O Eric que tomou esta decisão. Ele se preocupa muito comigo. Mas, pra fazer em mim, ele está liberado!

Minha vida será com ele

Já fui casada por quatro anos e meio. Tenho dois filhos pequenos, um de 2 e outro de 3 anos. Eles adoram o Eric e se divertem muito com ele. O Eric também ama ficar com as crianças. Namoramos há apenas cinco meses, mas planejamos até morar juntos. O pai dos meus filhos resiste muito a esta ideia. Ele acha que as crianças vão pegar a doença, pode? Santa ignorância!

A Aids é ruim, claro. Todos devem se prevenir. Mas só de beijar ou tocar não pega. São tantos absurdos. Já escutei até que não posso mais dar selinho em meus filhos. Ah! Faça-me o favor! Não sou louca. Pelo contrário, sou bem consciente. Tomo todos os cuidados. Sei que o risco de eu contrair o vírus é muito pequeno. E sei mais ainda que uma pessoa não deixa de ser admirável e boa por ser portadora do HIV.

Achei que ela desistiria de mim quando soubesse

Eric Fernando Pereira, 27 anos, o namorado da Mariana

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”Há quatro anos, minha ex-namorada passou mal e foi internada. Era Aids. Quando soube, fiz um exame. Deu positivo. Foi um choque. Mesmo assim, todos lá em casa ficaram ao meu lado. Hoje, entendo que não é o fim. 

A Mari é o estímulo que faltava na minha vida, amor à primeira vista. Ainda na clínica, trocamos telefones, mas ela logo descobriu que eu era soropositivo. Aí, minha esperança foi por água abaixo. ”Você não vai mais ficar comigo, né?!”, eu disse. Pra minha surpresa, ela respondeu: ”A doença é o que menos importa agora”. 

No primeiro encontro, ao chegarmos no motel, esclarecemos tudo. Tinha muita coisa em jogo. Falamos sobre família e os filhos dela. Também definimos nossa vida sexual. A família dela não me aceita, mas isso ainda vai mudar. O mais importante temos de sobra: responsabilidade e amor.”

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