Amor de carnaval: como superar o rolo que não deu certo?
Relacionamentos de curta duração podem ser intensos e difíceis de superar
Todo mundo tem uma história de paixão que acontece no momento mais inesperado possível. Você decide ir ao bloquinho para viver a plena solteirice e, quando menos espera, esbarra no amor – o clássico apaixonados pelo Carnaval que se apaixonam no Carnaval. É sua alma gêmea, vocês nasceram um para o outro! Pelo menos naquela semana era isso. Só que acabou. O que fazer, então, quando o final não dá certo? Quando não é o que pensamos que fosse? Como sobreviver ao fim de um relacionamento que nem começou? Aos leitores que estão na fossa, a CLAUDIA dedica este texto.
Por que nos apegamos em tão pouco tempo?
Inícios de relacionamentos amorosos nos fazem entrar em contato com o que há de melhor no outro. Essa, segundo a psicóloga de casais Sibelle Lopes, é a explicação para que algumas pessoas se envolvam tão profundamente em períodos curtos. “É uma fase de encantamento mútuo, que ainda não dá a possibilidade de conhecer a parte negativa da pessoa”, completa. Em uma situação de conquista, a nossa idealização aflora ainda mais a paixão.
Características emocionais de cada um também interferem na facilidade de se apaixonar. “Pessoas ansiosas e inseguras tendem a entrar em relacionamentos muito mais intensamente, pois sentem que precisam fundir o vínculo com o outro nas relações.” Isso é oriundo, em geral, do repertório emocional que esse indivíduo teve desde sua infância, e tende a ser um padrão relacional construído ao longo dos anos, de acordo com ela.
Como lidar com o fim?
O encerramento de um ciclo com uma carga tão positiva e intensa, cheia de prazeres e idealizações, sem ter espaço temporal suficiente para conhecer o lado negativo da outra pessoa, pode trazer um sofrimento tão forte quanto foi a paixão. Alimentar fantasias, nesse momento, não é a melhor opção para superar, explica a especialista.
“Mesmo sabendo que a outra parte não deseja uma relação, algumas pessoas aceitam migalhas emocionais. Qualquer palavra é um sinal de esperança e, muitas vezes, a pessoa apaixonada aniquila não somente as suas necessidades emocionais, como também a possibilidade de seguir em frente e encontrar alguém com quem possa construir uma relação de verdade”, alerta.
Lembrar do indivíduo como um “par perfeito”, dessa forma, pode ser extremamente prejudicial. Assim, a psicóloga recomenda questionar-se: a pessoa demonstra desejar um nível mais profundo de envolvimento? “Considere também que, por mais maravilhosa que possa ser a conexão entre vocês, estão experienciando apenas um recorte na realidade de cada um.”
Para este último caso, reflita sobre a sua realidade, a do outro e como isso atrapalha ou contribui para o que poderiam viver. Lembrar das próprias características positivas é importante, conforme Sibelle indica, porque, ao colocar o outro no pedestal, é comum se inferiorizar e acreditar que não é tão boa, o que acaba por iniciar esse ciclo novamente no futuro.
“Cuidado com os pensamentos do tipo ‘ele é perfeito’, ‘é a pessoa certa pra mim’. Embora possa ser alguém com quem você vá ser muito feliz, se houver potencial para um relacionamento, vocês podem descobrir isso aos poucos.”
Vivencie o luto
Pular a etapa do sofrimento e emendar um novo amor ou ignorar essa dor podem não ser as melhores maneiras de lidar com a situação. O que fazer, então? “Permita-se a vivenciar o luto. Seja uma relação curta ou longa, seu fim é uma perda. E para que essa dor se dissolva, é importante que ela seja sentida. Chore, converse com quem confia”, esclarece a profissional, que completa: “em um dado momento, é preciso sacudir a poeira e se fortalecer. Cuide das suas relações presentes, como as com suas amizades e seus familiares.”
Focar naquilo que te faz bem, investir em um novo conhecimento ou metas profissionais, criar novas amizades e conhecer lugares são mais algumas dicas dela. “Tudo isso vai contribuir para a lapidação da sua autoestima. Por outro lado, evite stalkear redes sociais e, se possível, afaste-se de situações que causem dor e ansiedade”, termina.