A Nova Jornada da Mulher: Transição e Redescoberta
Vivemos essa nova fase com saúde e plenitude, desvendando desafios e estratégias para uma vida livre e plena.

A menopausa, palavra que causa arrepios em muitas mulheres, não é uma doença, mas uma fase natural na vida de toda pessoa com útero. No Brasil, a idade média para a última menstruação é de 48 anos. Mas a transição começa muito antes, no chamado climatério, um período que pode durar vários anos e é marcado por alterações hormonais, emocionais e físicas. Lidar com essa fase exige informação e, acima de tudo, acolhimento. O climatério é o momento em que a produção de hormônios como estrogênio e progesterona começa a flutuar, e é essa montanha-russa hormonal que causa a maioria dos sintomas.
Que calorão! O desafio das ondas de calor
As ondas de calor, ou “fogachos”, são, sem dúvida, o sintoma mais notório da menopausa. São sensações de calor intenso e súbito, que se espalham pelo corpo, frequentemente acompanhadas de suor, palpitações e vermelhidão na pele. Embora o mecanismo exato ainda seja estudado, sabe-se que a queda nos níveis de estrogênio afeta o hipotálamo, a área do cérebro responsável por regular a temperatura corporal. Para enfrentar o calorão, especialistas sugerem roupas leves, evitar alimentos e bebidas quentes, e praticar exercícios regularmente, que ajudam a regular o sistema nervoso e diminuir a frequência e intensidade dos fogachos.
Como cuidar da pele e do corpo?
A pele também sente os efeitos da menopausa. A diminuição do estrogênio afeta a produção de colágeno e elastina, proteínas essenciais para a firmeza e elasticidade. O resultado é o ressecamento, perda de viço e o surgimento de mais rugas. A boa notícia é que com os cuidados certos, é possível manter a pele saudável. A hidratação é a palavra-chave. Beba bastante água e use cremes hidratantes ricos em ácido hialurônico, vitamina C e retinol. Protetor solar diário é indispensável. Além da pele, a menopausa traz alterações na distribuição de gordura corporal, com tendência a acumular na região abdominal. A musculação e atividades físicas são grandes aliadas para manter o metabolismo ativo e a massa muscular, combatendo a flacidez.
Desejo sexual: um novo capítulo
A questão do desejo sexual é complexa. A diminuição dos hormônios pode levar à secura vaginal e à diminuição da libido. Além disso, a instabilidade emocional e a baixa autoestima provocada por outros sintomas podem impactar a vida sexual. No entanto, é crucial entender que a menopausa não é o fim da sexualidade. Muitas mulheres relatam uma redescoberta de sua vida íntima. A libertação do medo de engravidar e a maior maturidade emocional podem levar a uma sexualidade mais consciente e prazerosa. A comunicação com o parceiro é fundamental.
Existe sexo na menopausa? A resposta é sim!
Definitivamente, sim. E mais: pode ser uma das melhores fases da vida sexual. A secura vaginal pode ser tratada com lubrificantes e hidratantes vaginais. O uso de óvulos de estrogênio, sob orientação médica, também é uma opção eficaz. Explorar novas formas de intimidade, investir em preliminares e focar na conexão emocional pode reacender o desejo. Muitas mulheres descobrem que o prazer não se resume à penetração e que a sexualidade pode ser vivida de forma mais ampla e profunda. A menopausa é uma oportunidade de reinventar a intimidade e o prazer a dois ou sozinha.
Como cuidar da saúde durante a menopausa
A menopausa exige um cuidado redobrado com a saúde. A queda do estrogênio aumenta o risco de doenças cardiovasculares e osteoporose. Por isso, a prevenção é fundamental.
- Alimentação: Invista em uma dieta rica em cálcio (leite, iogurte, queijos, vegetais de folhas escuras) e vitamina D (peixes gordurosos, ovos, exposição solar controlada) para a saúde dos ossos. Alimentos ricos em fitoestrogênios, como soja e linhaça, podem ajudar a aliviar os sintomas. Reduza o consumo de sódio, açúcar e gorduras saturadas.
- Exercícios: A combinação de exercícios aeróbicos (caminhada, corrida, natação) e de força (musculação) é ideal. Os exercícios de força ajudam a manter a massa óssea e muscular, e os aeróbicos protegem o coração.
- Acompanhamento médico: Consultas regulares com ginecologista, nutricionista e endocrinologista são essenciais. Eles podem avaliar a necessidade de Terapia de Reposição Hormonal (TRH), que é uma opção eficaz para aliviar os sintomas, mas deve ser discutida individualmente. Exames de rotina, como densitometria óssea e mamografia, devem ser mantidos em dia.
A menopausa não é o ponto final, mas sim uma curva no caminho que leva a uma nova paisagem. Uma paisagem de sabedoria, liberdade e redescoberta. É um convite para olhar para si, cuidar do corpo, da mente e do espírito, e viver essa fase com a leveza e a força que toda mulher merece.